Dar o peixe, ensinar a pescar ou remover os muros?

Para matar de vez a desigualdade

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Por:  RENATO MIGUEL DO CARMO - Sociólogo

A desigualdade de rendimentos não afeta só as populações menos favorecidas, como tende a comprometer a composição e a organização geral das sociedades.

O sociólogo Göran Therborn é dos autores que mais sistematicamente vêm alertando, em livros, artigos e entrevistas (ver Análise Social n.º 212), para o caráter persistente e sistémico das desigualdades, que gradualmente vão "matando" (expressão do autor) nas oportunidades e condições de vida, mas, também, nos direitos fundamentais. Nos últimos anos, vários livros de diferentes autores (já traduzidos em português) têm vindo a aprofundar estudos sobre alguns destes mecanismos.

Richard Wilkinson e Kate Pickett, em O Espírito da Desigualdade, revelam, recorrendo a demonstração estatística, que são precisamente os países mais desiguais aqueles que apresentam uma maior densidade de problemas sociais e de saúde. Segundo a análise, muitos dos setores das economias e das sociedades ocidentais são mais afetados por estes problemas pelo facto de as desigualdades de rendimento atingirem níveis incomportáveis. Ou seja, estas não afetam só as populações menos favorecidas como tendem a comprometer a composição e a organização geral das sociedades.

Esta evidência é partilhada por outros autores de referência como Joseph Stiglitz, que no seu livro intitulado o Preço da Desigualdade alerta para os efeitos que a concentração do rendimento e da riqueza, em torno de um número reduzido de pessoas, provocam na ingerência do bom funcionamento das instituições políticas americanas, pondo em causa o princípio da liberdade no acesso aos bens e serviços públicos e na participação plena da vida democrática.

Na íntegra:
http://www.publico.pt/economia/noticia/para-matar-de-vez-a-desigualdade-1677118?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29

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